quarta-feira, 26 de abril de 2023

A GRANDE OBRA DA CARNE | Improviso para dois pianos [escrito a quatro mãos com Farah Hallal]

 

 

A memória está tomada por dois assombros:

o batismo e o esquecimento.

Teu coração repousa sobre o meu

como se tivesse saído de uma batalha.

Desnudo tua sombra, tua alma, os gestos

com que me entregas a flor de tua paixão,

desvelo em teu corpo uns detalhes

da alquimia mais secreta da vida.

FM & FH

 

 

ENQUANTO TOCAVA A MÚSICA DO SANGUE

 

Teus olhos são ainda a febre do tempo,

o ensaio da passagem das coisas por sua memória.

Em seu interior posso recordar fascinado

o mistério das coisas que jamais ocorrerão.

Enquanto evocas e sobes pelo silêncio de sua íris

e cruzas o frágil estendido no interior de sua espessura,

comem então as pálpebras o aguerrido da lembrança

e na sombra de seu escuro rito desprezam o necessário.

 

O cativo que se traslada de um ponto a outro

do domicílio de teu corpo. A garrafa convertida em lâmpada.

O céu desprendido da paisagem, com seu teatro de riscos.

Assim como eu te escuto dentro de mim, chamando-me,

com a voz paciente do silêncio e seus labirintos de sal,

fugindo até mim pelo caminho de um fato inanimado,

mordendo-me o lábio superior da consciência,

esse que acaba umedecendo o arco da vida.

 

E são também teus olhos a febre do espaço, o segredo

do forno e as alturas das pedras que voam até aqui.

A liberação do sonho que contamos em tua pele.

A vegetação que cobre tuas coxas antes que seja tarde.

Tão cheios de si e, no entanto, solitários e sob custódia:

luz do dia que acolhe faminta sua secreta forma sangrenta.

 

Um dia haverão de sonhar com a música do cadafalso!

E então se desfará a enredadeira… Comerão pedras,

as mesmas que abrem e fecham sempre a mão,

como se fossem garras irmanadas na própria sede,

garras afogadas em sua tintura que se estende [em mim, em ti]

como asas de pássaros que se negam a voar. Porém voam.

 

ENQUANTO O FOGO DESCOBRE COMO CAMINHAR EM TEU DORSO

 

A noite muda de lugar em tuas mãos.

Por vezes busco teu nome em minha pele.

Teu olhar travesso soletra outros sabores.

Uma quentura de ervas, uma possessão

de mitos nos manjares de tua cozinha.

O fogo se aproxima de meu armazém de pólvora.

Com um latejo veloz e uma respiração

cortada com as facas que guardo debaixo

dessa almofada úmida arqueada na palavra.

Como se o tempo fosse mais do que fumaça,

eu me aproximo da cidade sitiada de tuas coxas.

Muito além de tua lenda, eu te quero, muito além

do destino que os deuses confiam a teus pés.

Eu te quero muito além da notícia do jornal,

da mútua condição de humildes mortais.

Mesmo sem tempo para nos amarmos demasiado,

dúvida e certeza expiram em nosso calendário.

E eu te quero muito além do instante náufrago

onde algum dia vimos rendido nosso desejo.

 

ENQUANTO REFAZEMOS O FUTURO QUE DEIXAMOS PASSAR

 

O closet está vazio na febre cativa de uma jornada do fogo.

Arrancou de sua biografia até mesmo as cortinas mais invisíveis.

As dúvidas previsíveis e as formigas como uma mesa de estampados.

As tarefas predestinadas às tristeza são suspensas na saciedade.

Dá-me tua mão que eu te levo a buscar a outra joia do acaso, a moeda

feita de janelas que conhecem a frequência do ouro do abismo.

Dá-me tua mão que eu te ensino a ver com os dedos da noite,

com a transparência das águas e a comunhão do diáfano.

Porque igualmente vazio está o que alguma vez cobriu nossa silhueta.

O que assalta agora nossos inseguros estados do tempo?

Meus lápis comem o vértice dos sonhos de carvãozinho

e com suas fraldas de lenha deixam escapar imprescindíveis ondulações.

O amor moderno se enreda nos cabos de sua pressa

e em sua tinta se afogam os restos deste passado, as escamas

de uma noite e outra sucessíveis enquanto suamos de desejo.

O amor é um monstro nascido de uma cópula de espelhos.

Um pastel de imagens, uma transa de anzóis na carne vermelha.

Eu te quero em meu ser como uma transfiguração de quedas.

Um peixe servido nas águas ferventes de tuas vertigens.

Há que esvaziar tudo, o roupeiro da alma, os tonéis da dor,

o próprio canto do deserto, antes que alguém morra de sede.

 

ENQUANTO A NOITE SE ALIMENTA DO ESPÍRITO CRIATIVO DE SUAS SOMBRAS

 

Tenho buscado o fulgor de um mundo invisível,

o abismo minucioso das quedas, a dor da aprendizagem

e seus cuidados com as lâmpadas do passado.

Como nos reconhecemos na cintilação dessas palpitações?

Até que ponto és um mundo indescritível para mim?

Os olhos me bastarão para lamber a luz de um só de teus dias?

Nunca antes me vi com os bolsos tão repletos de túneis.

Jamais me havia negado a ver a mim mesmo desde esta silhueta salpicada de sangue. Lápis que encarna um pontilhado de dúvidas.

E agora tudo cursa um trânsito noturno em pleno meridiano.

Tudo tem um nome cruzando a fronteira que nos une.

E já não sabes de mim o que esperei de ti a vida inteira.

 

ENQUANTO ESPERO QUE O RELÓGIO COMA SUAS HORAS OU ESQUEÇA O QUE FAZER COM ELAS

 

Meu livro de história já não tem passado,

uma parte de mim comeu suas páginas.

Abro os braços para planejar como voa a noite

e a subida do pássaro que consome a si mesmo.

Há em meu livro um caminho de todo inatingível,

um pouco longe de nós, recordando os dias

que ainda não chegam com seu sonho passado a limpo.

A pedra revela o signo do peixe em sua entranha,

o som da água que agita meus escombros.

Tudo voa nesta noite, e com a minha música cega

vou cantando ao silêncio que acolhe meu cântaro.

Há em meu livro um lombo de besta agonizante,

um ninho de imagens que destroçam meus nervos.

Para onde foram todos os beijos que um dia

peguei com a minha rede de caçar borboletas?

Para onde foram as aves que se cansaram

do esplendor do próprio trânsito livro afora?

Sob a janela do abismo tenho pensado em ti.

Quando te foste deixaste rasgadas umas páginas

e muitas outras com suas palavras desterradas.

Porém o livro volta a escrever-se como incerto,

costurando as margens, desgalhando a memória.

 

ENQUANTO AS ARMAS NEGRAS DO OLHAR TRANSBORDAM UM PESADELO DE SANGUE

 

O que houve com a noite que andou por aqui?  Mudou de lugar, como se agora fosse outra a forma de seu abandono? O que houve com a linha de tempo que muda de lugar os efeitos alucinógenos do olhar? O que fazer com as perguntas quando perdem sentido? Elas circulam encerradas em seu signo de incerteza. Com o fantasma das respostas improváveis em suas costas, elas circulam como nós em um corpo emprestado. No meio da noite nosso jogo de sombras despertou seu ruído. É obscuro o prazer quando nos mostra sua ruína? É inocente a inquietude quando derruba a casa? O que houve com as moedas do espanto? É outro o som da queda dos erros na máquina de desviar horizontes. Outro o desvario das horas que chegaram com atraso no desvão de seu esquecimento. O que fazer com tantos sonhos inundados na vigília? Como desfazer-se das mentiras inverossímeis?

 

ENQUANTO A ALMA BUSCA SEUS VULTOS PERDIDOS SOB A PELE DOS ESPELHOS

 

Como um labirinto figurado a noite recorre a teu corpo

repleto de escamas e à prosa oculta em teu desejo.

Mostra-me a cor das plantas e como tudo no mundo

equivale a mergulhar em teu caos. Sei que me queres da forma obscura em que as raízes amam o silêncio,

que me queres ainda mutilada nas extensões do simulacro.

Todas as minhas linhas úmidas secaram sua agonia esperando

o olhar do sol. Suas penas máximas, as conclusões de sua fé, o aroma da dor recém cortada se enfiaram no mais solitário de todos os meus dedos: esse que te aponta.

Oh me diz com tua possessão, quem sou? Como te escreves

em meu ser antes que eu mesma perceba o calor de tuas partes?

Posso recordar a rota de teu pés, o espinhaço de teus gemidos, as artérias de teus sonhos, da mesma forma como posso caminhar sobre a pele dos espelhos e o ventre da lua, uma noite mais,

e já não estás. Como um sabujo meu passado vaga pelas incertezas de tua anarquia.

Salta pelas misérias que servem de teto para as choupanas da fome cotidiana, consome as notícias dos jornais, aquelas desenhadas com a forma do osso.

Acaso elas me darão os pés para cruzar da que sou até a que fui?

Agora não necessito mais do que sair de um mundo a outro, embora disfarçada de hóspede das vertigens, já não importa.

Preparo o trânsito de tua vivenda, a casca invisível de tuas premissas,

e a semente com que te fazes meu enquanto a eternidade se perde em meus braços.

 

ENQUANTO O ESCÁRNIO ABRE AS PORTAS DO TEATRO NA NOITE FRIA

 

Na escuridão o amor parece desigual,

com suas ruas repletas de plágios e as plumas

impronunciáveis loucas cobiçadas pelas sombras.

Feito de ritos em desuso, o amor mascado pela tribo,

esforçado e recostado sobre a montanha,

com o tambor esgotado de suas reverências.

Na metade do caminho jaz a parte escura do amor,

um corpo cansado de lamber seu horizonte,

um brilho que lustra o abismo de seus sapatos,

duas mãos feridas esvaziando a noite.

Na metade do caminho o amor já não se importa com ninguém.

As coisas passam por mim e ainda não as posso alcançar.

O olhar de um deus rondando a tempestade,

o cachimbo de outro abortando minhas ilusões

e uma paliçada de caveiras resenhando a dor.

 

ENQUANTO A SOLIDÃO CAÇA SEUS MOTIVOS PELA CASA VAZIA

 

Descobri uma noite perdida entre meus sonhos,

uma noite com suas pedras de cores insuspeitadas

e uma divindade assombrada com seus poderes já sem significado algum.

Descobri os restos mortais de meus pensamentos.

Assim como um deus descobriu a maçã na boca da fome.

 

Os sonhos alcançados semearam a dor na escassez dos potes

e desde então os santos e os milagres dormem em minhas cicatrizes.

Por isto hoje descobri a ausência acumulada das outras,

os calçados desocupados de corpos perambulando por um futuro inóspito,

promissor de vazio, como o jornal que anuncia com suas pompas

a luz sanguinária dos dias que mal abriram os olhos comeram a ilusão do século.

Por isto a noite caminha pelas ruas como se fosse um último ato,

e meu pecado talvez seja o de haver reconhecido os fantasmas

antes mesmo do golpe mortal dos rotineiros extravios, antes mesmo

que a casa se convertesse em um ninho de chagas e a dor se fosse de vez, por inútil.

Descobri em minha vida um semblante de vazios que prosperam.

 

ENQUANTO OS DETALHES SINCEROS DESCASCAM A PELE À PROCURA DE OUTROS NOMES PARA O MESMO RITO

 

Meu coração necessita uma trégua.

Já conheço os fantasmas todos da casa.

Seus truques são como os músculos mecânicos do acaso.

E o próprio acaso rompe os troncos flutuantes do horizonte.

As paredes brancas consumiram as paisagens

que de algum modo nos foram desenhadas.

Recantos destroçados na inconstância do latejo.

 

Me desconheces, casa. Os teus objetos todos

⎼ mesmo todos juntos ⎼ não definem minha forma primogênita.

 

Me desconheces, casa. As tuas janelas todas

não são suficientemente amplas para deixar

que dancem os demônios como em uma festa muito além do espaço.

 

Me desconheces, casa. Os teu caminhos todos

não podem com o abismo das coisas invisíveis

que nasce por todas as partes de meu corpo.

 

Meu coração necessita uma síncope, uma letra a menos

em seu labirinto de fogos. Eu te necessito,

sem que saibas a essência de meus símbolos.

 

 


 


 
FARAH HALLAL (República Dominicana, 1975). Narradora, poeta, animadora de leitura e escritura. Prêmio Nacional de Literatura Infanto-Juvenil Aurora Tavárez Belliard. Publicou: Sábado de ranas, Los puentes del corazón, Un adiós para mamá, La caja de la esperanza, Número Ocho, El ave perdida y Mi Mariposa quiere volar, entre outros.


 

 



A GRANDE OBRA DA CARNE

A poesia de Floriano Martins

  

1991 Cinzas do sol 

1991 Sábias areias 

1994 Tumultúmulos 

1998 A outra ponta do homem 

1998 Autorretrato 

1998 Os miseráveis tormentos da linguagem e as seduções do inferno nos instantes trágicos do amor de Barbus & Lozna 

2003-2017 Floração de centelhas [com Beatriz Bajo]

2004 Antes da queda 

2004 Lusbet & o olho do abismo abundante 

2004 Prodígio das tintas 

2004 Rastros de um caracol 

2004 Sombras raptadas [Coroa] 

2004 Sombras raptadas [Cara] 

2004-2015 Estudos de pele 

2004-2017 Mecânica do abismo 

2005 A queda 

2005 Extravio de noites 

2006 A noite em tua pele impressa 

2006 Duas mentiras 

2006-2007 Autobiografia de um truque 

2007 Teatro impossível  

2008 Sobras de Deus

2008 Blacktown Hospital Bed 23 

2009-2010 Efígies suspeitas 

2010 Joias do abismo 

2010-2011 Antes que a árvore se feche 

2012 O livro invisível de William Burroughs

2012-2014 Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]

2013 Anatomia suspeita da realidade 

2013 My favorite things [com Manuel Iris]

2013 O piano andou bebendo 

2013 Sonho de uma última paixão 

2013-2015 Breviário dos animais fabulosos fugidos da memória 

2014 Mobília de disfarces 

2014 O sol e as sombras 

2014-2015 Reflexões sobre o inverossímil 

2015 Enigmas circulares 

2015 Improviso para dois pianos [com Farah Hallal]

2016 Cine Azteka [com Zuca Sardan]

2016 Circo Cyclame [com Zuca Sardan]

2016 Trem Carthago [com Zuca Sardan]

2016 A mais antiga das noites 

2016 A vida acidental de Aurora Leonardos 

2016 Altares do caos 

2016 Breve história da magia 

2016-2017 Convulsiva taça dos desejos [com Leila Ferraz]

2016-2017 Obra prima da confusão entre dois mundos 

2017 O livro desmedido de William Blake

2017 Antigas formas do abandono 

2017 Labirintos clandestinos 

2017 Manuscrito das obsessões inexatas  

2017 O mais antigo dos dias 

2017-2020 A volta da baleia Beluxa [com Zuca Sardan]

2017-2022 Nenhuma voz cabe no silêncio de outra 

2018 Atlas revirado 

2018 Tabula rasa 

2018 Vestígios deleitosos do azar 

2021 Las mujeres desaparecidas

2021 Museu do visionário [com Berta Lucía Estrada]

2021 Naufrágios do tempo [com Berta Lucía Estrada]

2022 As sombras suspensas [com Berta Lucía Estrada]

2022 Las resurrecciones íntimas [com Berta Lucía Estrada]

2023 A casa de Lenilde Fablas

2023 Caligrafias do espírito

2023 Huesos de los presságios [con Fernando Cuartas Acosta]

2023 Inventário da pintura de uma época

2023 Letras del fuego [con Susana Wald]

2023 Representação consentida

2023 Primeiro verão longe de casa 


 

 

1991-2023 Mesa crítica [Prefácios, posfácios, orelhas]

2013-2017 Manuscritos


 

 

Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. A grande obra da carne – título emprestado de um de seus livros, é uma biblioteca desenvolvida como espaço paralelo dentro da Agulha Revista de Cultura, a partir de uma ideia do próprio Floriano Martins, de modo a propiciar acesso gratuito a toda a sua produção poética.


 

 

OBRA POÉTICA PUBLICADA

 

Cinzas do sol. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Sábias areias. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1991.

Tumultúmulos. Rio de Janeiro: Mundo Manual Edições, 1994.

Ashes of the sun. Translated by Margaret Jull Costa. The myth of the world. Vol. 2The Dedalus Book of Surrealism. London: Dedalus Ltd., 1994.

Alma em chamasFortaleza: Letra & Música, 1998.

Cenizas del sol [con Edgar Zúñiga]. San José, Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2001.

Extravio de noites. Caxias do Sul: Poetas de Orpheu, 2001.

Estudos de pele. Rio de Janeiro: Lamparina, 2004.

Tres estudios para un amor loco. Trad. Marta Spagnuolo. México: Alforja Arte y Literatura A.C., 2006.

La noche impresa en tu pielTrad. Marta Spagnuolo. Caracas: Taller Editorial El Pez Soluble, 2006.

Duas mentiras. São Paulo: Edições Projeto Dulcinéia Catadora, 2008.

Sobras de Deus. Santa Catarina: Edições Nephelibata, 2008.

Teatro imposible. Trad. Marta Spagnuolo. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2008.

A alma desfeita em corpoLisboa: Apenas Livros, 2009.

Fuego en las cartas. Trad. Blanca Luz Pulido. Huelva, España: Ayuntamiento de Punta Umbría, Colección Palabra Ibérica, 2009.

Autobiografia de um truque. São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2010.

Delante del fuego. Selección y traducción de Benjamín Valdivia. Guanajuato, México: Azafrán y Cinabrio Ediciones, 2010.

Abismanto [com Viviane de Santana Paulo]. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

O livro invisível de William Burroughs. Natal: Sol Negro Edições, 2012.

Lembrança de homens que não existiam [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2013.

Em silêncio [com Viviane de Santana Paulo]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Overnight medley [com Manuel Iris]. Trad. ao espanhol (Juan Cameron) e ao inglês (Allan Vidigal). Fortaleza: ARC Edições, 2014.

O sol e as sombras [com Valdir Rocha]. São Paulo: Pantemporâneo, 2014.

A vida inesperada. Fortaleza: ARC Edições, 2015.

Circo Cyclame [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

O iluminismo é uma baleia [com Zuca Sardan]. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Espelho náufrago. Lisboa: Apenas Livros, 2017.

A grande obra da carne. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Tabula rasa [com Valdir Rocha]. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Antes que a árvore se feche (poesia reunida). Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Tríptico da agonia [com Berta Lucía Estrada]. Fortaleza: ARC Edições, 2021.

Las mujeres desaparecidas. Santiago, Chile: LP5 Editora, 2021.

Un día fui Aurora Leonardos. Quito: Línea Imaginaria Ediciones, 2022.

El frutero de los sueñosWilmington, USA: Generis Publishing, 2023.

Sombras no jardim. Fortaleza: ARC Edições, 2023.


 

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 

 


 

 

 

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