quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

ESCRITURA CONQUISTADA | Gonzalo Rojas (Chile, 1917-2011)

 


A POESIA DE GONZALO ROJAS

 

Tudo pode chegar a ser Um. Isto me disse sempre a poesia.

GONZALO ROJAS

 

Antes de tudo: buscar o ritmo singular de cada instância do ser, tocar o pulso das coisas em sua intimidade, abrir-se à respiração de cada elemento. Respirar e seguir respirando, arrebatado pelo latejo das palavras, envolto pela esfera de seus enigmas e significações. Abrir-se ao contágio inigualável das imagens, deixar-se atrair pelas dobras sinuosas de suas visões, a substância turbulenta de seu próprio sentido. Agora podemos falar em poesia, no fulgor e mistério de suas formas. No “zumbido do Princípio”, segundo nos indica Gonzalo Rojas. A poesia é o grande pulmão do ser e do tempo. A profundíssima claridade de todas as coisas é definida por sua respiração. Tudo é ritmo, luz divina do som que nos toca ao tocarmos a essência de todos os sentidos. A poesia do chileno Gonzalo Rojas (1917-2011) nos remete a este sopro gozoso da origem de todas as coisas, diálogo com o princípio e os enigmas vorazes do Logos. Rojas é uma dessas vozes poéticas forjadas no cume do abismo, incansável “guardião das metamorfoses”, aqui recorrendo a uma definição de Elias Canetti acerca do poeta.

Como ele próprio nos dirá, “pertenço à geração literária chilena de 1938”, ressaltando que distingue-se esse momento “por uma maior consciência crítica da linguagem e certo projeto de diálogo com o mundo talvez mais coerente e lúcido, ainda que sem dúvida menos criador que o dos grandes vulcões da década de vinte: Huidobro, de Rokha, Neruda e – um pouco antes – la Mistral[1]. A estes somaríamos Rosamel del Valle, Humberto Díaz-Casanueva, Enrique Gómez-Correa, seguidos de outros como Ludwig Zeller, Enrique Lihn, Pedro Lastra, Oscar Hahn, que nos dão conta da consubstanciação de uma densa tradição poética.

Vinculados à geração de 38, especificamente, surgiram dois importantes momentos da literatura chilena: os grupos Angurrientos e Mandrágora. O primeiro, em grande parte formado por prosadores, deixou-se influenciar talvez excessivamente pelo marxismo, incorrendo naqueles já conhecidos equívocos de uma panfletização da arte. No entanto, deu à literatura chilena dois grandes autores: Juan Emar – embora seu nome tenha sido já vinculado à geração anterior – e María Luisa Bombal. Quanto ao segundo, Mandrágora, no que pese o registro de um surrealismo ortodoxo – que acabaria levando Rojas a desvincular-se de seus integrantes –, devemos ter em conta que buscaram a todo custo romper com a tradição reinante, procurando fazer com que “o heterogêneo irrompesse com toda sua força no presente, querendo assim torcer seu curso em direções inesperadas”, como nos lembra o crítico Marcelo Coddou. De qualquer maneira, tanto é válido notar que a geração de 38 produziu um dos momentos de maior polêmica da literatura chilena, quanto afirmar que Gonzalo Rojas, ultrapassando os limites definidos pela geração, tornou-se não simplesmente seu nome mais mencionado internacionalmente mas sobretudo um dos mais altos representantes da tradição poética de seu país, de cujas origens ecoam ainda hoje as vozes de Pablo de Rokha e Vicente Huidobro.

Desde a publicação de Oscuro (1977), quando ali traçou três linhas aparentemente de ordem temática – vertentes da escrita, essenciais porém não mais que vertentes –, reconheceu certa parcela da crítica que Gonzalo Rojas estava propondo uma tríplice leitura de sua poesia, e a isto apegou-se como um corpo carente de história. Ao organizar outros livros seus, uma vez mais ali nos encontramos diante do 3, número que representa a unidade e não uma sequência de natureza temática. Há um tema único e chama-se Soma, Totalidade, Um. E não define-se exatamente como tema, visto que busca algo além, uma instância metafísica que reconheça o homem em seu todo. A poesia não fraciona realidades.

O curioso é que uma poesia intrinsecamente marcada pela circularidade como o é a de Gonzalo Rojas seja confundida com o lugar comum das circunstâncias temáticas. O relâmpago de que nos fala esta poesia não é um simples recurso metafórico. Trata-se do fenômeno físico em si, ou seja, não de sua ideia de velocidade e destruição, mas sim do efeito real da ação de um ritmo e sua ambientação em nossa vida comum. Trata-se do inesperado, assim como da relação entre visível e invisível.

É curioso que tratemos o mundo no sentido de um progresso linear. Agimos por oscilação e não por progressão rítmica. Quando desaprendemos certas técnicas atestamos o jogo de intermitências de nosso conhecimento. Nos esgotamos em nós mesmos e não em uma ideia linear do tempo. E a partir desse constante esvair-se é que nos reafirmamos. Já vivemos em sociedades em piores e melhores condições que a atual. Então que fique bem claro: a noção de circularidade não pertence à pós-modernidade. Portanto, a palavra não quer exatamente dizer, no sentido de uma retórica que determine a existência de uma época, mas simplesmente dar-se como prova do espírito, como presença do ser. As palavras são o alimento terrestre do poeta. São a raiz de todo entendimento. Mistério da origem, ao mesmo tempo em que origem do mistério. Comunicação sem receitas, linguagem do sagrado, alheia ao latejo esquizoide dos ideais.

Mas, e a realidade por detrás de cada palavra? Como podemos seguir chamando de realidade esse convívio estreito com a contemplação intelectual, essa aceitação de um relicário escolástico, alheio ao relâmpago das sensações, alheio ao próprio sentido de uma recorrência artificiosa da imagem poética? Já disse: ao desfazer-se o corpo não busca senão uma melhor definição de seu tronco. Me parece que esta é a chave da palavra poética. Decifrando-se a si mesmo o poeta desvela a palavra com que se expõe e permite decifrar-se em outro, por outro, sendo ainda a trilha que leva a caminho daquele outro que não se mostrara a si mesmo até então.

Podemos falar de uma erótica, uma política ou uma metafísica ao abordarmos a poesia de Gonzalo Rojas? Claro, sempre podemos ir buscar classificações em todas as atividades humanas. Mas não podemos esquecer que o tratamento a ser dado a tais abordagens deverá funcionar como se tratássemos de letras impressas no relâmpago, visto que não configuram um sistema poético, ainda que relacionado com um sistema visionário usualmente atribuído à sua poesia. A própria circularidade em que age a poesia de Gonzalo Rojas denuncia a arbitrariedade desses enfoques. Seria algo da mesma ordem que dissecar a tríade “amor, poesia e liberdade”, tão cara ao Surrealismo, buscando ali apenas uma avaliação de categorias temáticas. Tanto em Rojas quanto no Surrealismo importam menos os apontamentos sistêmicos do que o exercício de alcançar a respiração do efêmero, essa luta empreendida pelo homem para reconquistar sua própria liberdade de ser. Age a poesia como uma entrada no caos e sua consequente reorganização do tempo e do espaço, condição única para que aprendamos a conviver com as diferenças, por sua vez fonte inesgotável da multiplicidade da existência. Se observarmos um pouco à nossa volta, lidamos com os horrores máximos da anulação dos contrários, artifício sagaz dos mecanismos publicitários postos a serviço de uma grande indústria de sacrifício da identidade do ser. Aqui sim, o mundo restringe-se a categorias falseadas: uma erótica, uma política, uma metafísica.

O surpreendente em Rojas é o sopro originário da poesia em si, o estremecimento do verbo em sua origem. Não é em vão que seu primeiro livro se chame La miseria del hombre (1948), menos ainda que tenha escrito um belíssimo poema dedicado a William Blake (“Trotando a Blake”). Igualmente visionários, é curioso observar que não se pode verificar um desdobramento estético linear na obra destes dois poetas. Cada um preencheu o tempo em que agiu com o oxigênio de sua visão singular. Seguiram em seu exercício respiratório, mas com uma galáxia já fundamentada no primeiro sopro de sua poesia.



Deteve-se Blake a traçar uma filosofia contemporânea, observando seus aspectos vinculados aos prazeres do amor, à revolução social e a uma epopeia cósmica. Irmanam-se Blake e Rojas no arbítrio do destino – basta pensar que Yeats afirmava que Blake havia anunciado a “religião da arte”, somando a isto a defesa que Rojas faz da poesia como canto, território do sagrado, raiz profundíssima do mistério. Enquanto um pensava em sua poesia como “cantos de inocência e de experiência”, o outro centrava seu enfoque em torno da “miséria do homem”. Surgiram, portanto, de uma mesma ideia da poesia, de sua ação. Em ambos, o que Russel Cluff observa com sendo característico de Rojas: “uma indagação muito profunda de múltiplas ambiguidades ou anomalias da vida humana”. Ao seguir o curso das profecias, Blake destinou a elas um tratamento de natureza histórica, ao passo que Rojas percorreu a trilha de uma metafísica do instante. Em ambos a rejeição ao religare como instituição.

Claro, a história os distancia. O próprio Rojas refere-se hoje ao “excessivo por ignição necessária” de seu La miseria del hombre. As partituras extensas – segundo ele próprio – de seu primeiro livro correspondem a uma cifra concentrada na poesia inicial de Blake, talvez interferência da torrente estética do instante em que a história os recebia. Fundamentaram uma voz única, cada um a seu tempo, plasmada por um sentido de decifração e questionamento dos enigmas dilacerantes de cada época. Consciência do ser a partir de sua respiração original. Se um cultivou a parábola, o outro buscou a abordagem agônica dos contrastes. Diz o que diz e busca em seu dizer um ritmo que nos sintonize, ao dilacerar o entendimento em busca de sua fração motriz, “para ser e mais ser”, como sugere um poema de Rojas. Tudo nos leva ao Surrealismo, e a crítica deteve-se com insistência em considerar sempre os anos iniciais de Rojas vinculados ao grupo Mandrágora.

Se em André Breton vamos buscar uma configuração do enigma, a necessidade de encarnação do abismo, ali estamos também com Rojas em seus desenhos das tábuas terríveis da dissolução do ser. Uma vez mais aqueles parâmetros iniciais em torno da poesia de Rojas são entendidos aqui apenas como fatias de uma linguagem que somente se realiza como testemunho da inocência original. Ao dedicar um poema a Breton (“A la salud de André Breton”), salienta uma vez mais que a poesia é ritmo, instância verbal destinada à tradução do ser, chave do nascimento. Segue importando a conduta do poeta em relação à linguagem. Breton falava em uma magia verbal e não creio ser outra a busca de uma respiração fecundante que caracteriza a poesia de Gonzalo Rojas. Ambos desconsideram a obsessão pela novidade. Agiram turbulentos na turbulência. Se em Breton o sentido fluido das correspondências não constitui exatamente um pacto verbal, inclina-se Rojas por uma ideia do que Rubén Darío já chamava de palavra viva, e a desfia a partir de uma das mais ricas tradições poéticas da América Latina. Buscar a verdade como consciência da mudança, e não a partir de sua cristalização em nome de um ideal.

Em um poema dedicado a José Lezama Lima (“Y nacer es aquí una fiesta innombrable”) refere-se ao “pássaro verbal” que voa na língua do poeta cubano. Conduz-nos ao sentido de uma respiração através das palavras, que não se distancia da formulação de um logos da imaginação expressa por Lezama Lima. Se um purifica sua realidade a partir da gravitação em torno do movimento, o outro não busca senão a configuração do múltiplo a partir de sua imobilidade física. Em ambos a potencialidade poética rejeita a encarnação retórica. O fundamental segue sendo que a imagem é reflexo de si mesma. Não conta o decantado hermetismo de Lezama Lima, não muito distante, como recurso estilístico, da aparente simplicidade de Gonzalo Rojas, ou seja: termos imprecisos baseados em utilizações incorretas dos mesmos. Interessa-nos a metamorfose, a imagem que cada um cria a partir de seu desterro, a visão da realidade como deformidade que se pretende conciliada a partir de uma existência comum. Busca do impulso do conhecimento, ao mesmo tempo em que consciência de uma ressurreição irrisória.

O número é 3. Nisto não erra a crítica. E com base nele é que recorri a Blake, Breton, Lezama. Aproximações singulares de uma plasmação do verbo. Não lhes interessa senão o zumbido do caos. A partir dele a respiração do essencial no ser. Na insistência de uma tríade, igual diálogo se dá com Huidobro, Quevedo, Celan. Também com Hölderlin, Pound, Vallejo. Vozes vindas na ventania da poesia, torrenciais e contidas, porém jamais vozerio sem o ouro da reflexão. Vertentes que agem como “cordas de fundamento”, segundo o próprio Rojas, fundamentos de uma unidade “que faz este pensamento que respiro, que vivo, que sonho, que me totaliza poeticamente e, ao mesmo tempo, me unifica”. Tudo é ar: larva que nos conduz à cidade de nossos assombros, êxtase, caudaloso rio, lâmpada do pensamento. Vertentes iluminadas de sua respiração múltipla que vislumbra e toca a unidade, dimensão do ritmo que flui, arde e diz, majestade do canto, espinhaço da poesia. As árvores de seu “Torreão do Renegado” que são as letras que lhe ditam a poesia e as emanações de sua existência. Estamos para o abismo. Não fia outra coisa senão a torrente do Absoluto a poesia em Gonzalo Rojas. Age. É o princípio do verbo. Não encontrei melhor definição a seu respeito do que o achado de Marcelo Coddou: “poética da poesia ativa”. É esta sua razão de ser, o testemunho de sua inocência original: o potens da existência humana convertido em linguagem poética. 



[1] Fragmento inicial de uma introdução a uma leitura de poesia realizada por Gonzalo Rojas na Universidade Livre de Berlim, em 28/06/88, texto posteriormente incluído como prólogo de seu livro Materia de testamento (1988).





  

 


Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. Escritura Conquistada é um complemento aos projetos: Atlas Lírico da América Hispânica (revista Acrobata) – poemas traduzidos para o português – e Conexão Hispânica (Agulha Revista de Cultura) – estudos críticos sobre poetas. Nesta terceira linha, também dedicada à tradição lírica na América Hispânica, encontramos juntos os ensaios, entrevistas e prólogos assinados por Floriano Martins. Parte significativa desse material – as entrevistas – compõe o volume homônimo, Escrita Conquistada, publicado em 2018.


1874-1942 José María Eguren (Perú) A POESIA DE JOSÉ MARÍA EGUREN

1893-1948 Vicente Huidobro (Chile) LA COSECHA VERTIGINOSA DE LA IMAGEN POÉTICA

1899-1986 Jorge Luis Borges (Argentina) AS ENTREVISTAS COM JORGE LUÍS BORGES

1903-1958 César Moro (Perú) CÉSAR MORO ENTRE AMIGOS

1903-1973 Aldo Pellegrini (Argentina) SOBRE SURREALISMO

1904-1973 Pablo Neruda (Chile) A POESIA DE PABLO NERUDA

1910-1996 Enrique Molina (Argentina) OS COSTUMES ERRANTES DE ENRIQUE MOLINA

1912-2002 Pablo Antonio Cuadra (Nicaragua) POESÍA: EL ENSAYO DE LO INEFABLE

1915-1995 Enrique Gómez-Correa (Chile) TESTIMONIOS DE UN POETA EXPLOSIVO

1915-2001 Juan Liscano (Venezuela) LA EXPRESIÓN DE LO ESENCIAL

1917-2011 Gonzalo Rojas (Chile) A POESIA DE GONZALO ROJAS

1919-1974 Eunice Odio (Costa Rica) LAS VERTIENTES DEL FUEGO

1920-1994 Freddy Gatón Arce (República Dominicana) LA HUMANIDAD SECRETA DE LOS ABISMOS

1920-1999 Olga Orozco (Argentina) RETRATO-RELÂMPAGO DE OLGA OROZCO

1920-2004 Fernando Charry Lara (Colombia) PASIÓN Y REFLEXIÓN DE LA POESÍA

1921-2004 Javier Sologuren (Perú) UNA POÉTICA DE LA LEVEDAD

1921-2007 Otto-Raúl González (Guatemala) GUATEMALA Y SUS VOCES OCULTAS

1921-2010 Amanda Berenguer (Uruguay) VIAJES INCESANTES DEL LENGUAJE

1923-2013 Álvaro Mutis (Colombia) A POESIA DE ÁLVARO MUTIS

1924-2018 Claribel Alegría (Nicaragua) RECUERDOS DE LA REALIDAD

1924-2021 Manuel de la Puebla (Puerto Rico) MEMORIA POÉTICA DE UN PAÍS

1927 Carlos Germán Belli (Perú) PRECIOSOS MISTERIOS DE LA EXPERIENCIA POÉTICA

1927-2000 Francisco Madariaga (Argentina) “SOY SÓLO UN PEÓN DEL PLANETA”

1927-2010 Rolando Toro (Chile) A POESIA DE ROLANDO TORO

1927-2019 Ludwig Zeller (Chile) EL SURREALISMO EN LA MESA (Part. Susana Wald)

1928 Graciela Maturo (Argentina) LAS VANGUARDIAS EN ARGENTINA

1929-2016 Américo Ferrari (Perú) EL RECORTE SAGRADO DE LAS PALABRAS

1930-2011 Roberto Sosa (Honduras) HONDURAS EN SU AMBIENTE POÉTICO

1930-2018 José Guillermo Ros-Zanet (Panamá) ENCUENTROS Y DESENCUENTROS

1931 Juan Calzadilla (Venezuela) HUMOR Y SÍNTESIS EN EL ACTO CREADOR

1931-2016 Jorge Ariel Madrazo (Argentina) EL POEMA COMO CUERPO VIVO

1932 Circe Maia (Uruguay) UNA VOZ A TRAVÉS DEL TIEMPO

1932 Pedro Lastra (Chile) DEL ESPEJO A LA MULTIPLICACIÓN DE LAS VOCES

1932-2004 Marosa di Giorgio (Uruguay) DIÁLOGO SIN PAUSA

1932-2013 Carlos M. Luis (Cuba) DOS ENCUENTROS

1932-2019 Thelma Nava (México) SOBRE LA REVISTA PÁJARO CASCABEL

1933-2009 Alfredo Silva Estrada (Venezuela) INSCRIPCIONES EN EL ESPACIO POÉTICO

1933-2023 Manuel Mora Serrano (República Dominicana) DOS ENCUENTROS

1934-2014 Gerardo Deniz (México) RECORTES DE UNA IRONÍA APASIONADA

1934-2021 Rodolfo Alonso (Argentina) LA RIQUEZA ABANDONADA DE LA POESÍA

1937 Miguel Grinberg (Argentina) UNA MIRADA EN LAS VANGUARDIAS

1937-2020 Rodrigo Pesántez-Rodas (Ecuador) EL ECUADOR DE LAS LUCES

1938 Fernando Palenzuela (Cuba) CONVERSA SOBRE LA REVISTA ALACRÁN AZUL

1938-2008 Eugenio Montejo (Venezuela) ANOTACIONES DE LA PERMANENCIA DEL CANTO

1939 José Roberto Cea (Honduras) CASI UN TESTAMENTO POÉTICO

1939-2014 Ulises Estrella (Ecuador) SOBRE LAS REVISTAS PUCUNA E LA BUFANDA DEL SOL

1940 Francisco Morales Santos (Guatemala) DOS ENCUENTROS

1940 Gustavo Pereira (Venezuela) “AL DIABLO LOS VERSOS”

1940 José Kozer (Cuba) DOIS ENCONTROS

1940 Jotamario Arbeláez (Colombia) EXTRAVAGANCIAS POÉTICAS DEL NADAÍSMO

1941 Hildebrando Pérez Grande (Perú) LAS VANGUARDIAS EN EL PERÚ

1941 Luis Alberto Crespo (Venezuela) RESONANCIAS DEL ESPÍRITU POÉTICO

1943 Eduardo Mitre (Bolivia) LA RAZÓN ARDIENTE DE LA POESÍA

1944 Armando Romero (Colombia) DOS POETAS, CUATRO ENCUENTROS

1944 Francisco Proaño Arandi (Ecuador) DOS ENCUENTROS

1944 Renée Ferrer (Paraguay) DOS ENCUENTROS

1945 Harold Alvarado Tenorio (Colombia) POESIA & OUTRAS ESPÉCIES

1946 Carlos Vásquez-Zawadzki (Colombia) LAS VANGUARDIAS EN COLOMBIA

1946 Guido Rodríguez Alcalá (Paraguay) LAS VANGUARDIAS EN PARAGUAY

1947 Juan Cameron (Chile) LAS VANGUARDIAS EN CHILE

1947 Juan Carlos Mieses (República Dominicana) DETRÁS DE LAS PALABRAS Y LOS RITMOS

1947 Susana Giraudo (Argentina) LA POESÍA Y SUS NOMBRES INFINITOS

1948 Helen Umaña (Honduras) LAS VANGUARDIAS EN HONDURAS

1948 Miguel Espejo (Argentina) LAS VANGUARDIAS EN ARGENTINA

1948-2022 Alfredo Fressia (Uruguay) EN LAS FISURAS DE LA MIMESIS

1950 Alfonso Velis Tobar (El Salvador) LAS VANGUARDIAS EN EL SALVADOR 

1950 Soledad Alvarez (República Dominicana) LAS VANGUARDIAS EN LA REPÚBLICA DOMINICANA

1950-2018 Enrique Verástegui (Perú) O MOTOR DO DESEJO

1951 Carlos Francisco Monge (Costa Rica) DOS ENCUENTROS

1951 Jesús David Curbelo (Cuba) LAS VANGUARDIAS EN CUBA

1952 David Cortés Cabán (Puerto Rico) LAS VANGUARDAS EN PUERTO RICO

1952 Julio del Valle-Castillo (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1952 Martin Jamieson (Panamá) LAS VANGUARDIAS EN PANAMÁ

1952 Orlando José Hernández (Puerto Rico) LAS VANGUARDAS EN PUERTO RICO

1954 Ernestina Elorriaga (Argentina) DOS POETAS EN UNA MESA DE LUZ

1955 Berta Lucía Estrada (Colombia) UNA MESA VERTICAL

1955 Carlos Barbarito (Argentina) A POESIA DE CARLOS BARBARITO

1955 Mónica Salinas (Uruguay) LAS VANGUARDIAS EN EL URUGUAY

1956 Gary Daher Canedo (Bolivia) SITIO DONDE AGUARDA UN CÁNTARO

1957 Alejandro Bruzual (Venezuela) LAS VANGUARDIAS EN VENEZUELA

1957 Homero Carvalho Oliva (Bolívia) LAS VANGUARDIAS EN BOLIVIA

1957 Luis Bravo (Uruguay) LAS VANGUARDIAS EN EL URUGUAY

1958 Adriano Corrales Arias (Costa Rica) LAS VANGUARDIAS EN COSTA RICA

1958 Beatriz Hausner (Chile) CAMINHOS DO SURREALISMO

1958 José Ángel Leyva (México) DOS ENCUENTROS

1958 José Carr (Panamá) LAS VANGUARDIAS EN PANAMÁ

1958 Nicasio Urbina (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1958 Omar Castillo (Colombia) DIÁLOGO ENTRE DOS POETAS

1958 Rodolfo Häsler (Cuba) EN BUSCA DE LO IMPOSIBLE

1960 José Mármol (República Dominicana) LA OTREDAD SORPRENDIDA DEL POETA

1960 Vilma Tapia Anaya (Bolivia) DOS ENCUENTROS

1961 Enrique de Santiago (Chile) LAS VANGUARDIAS EN CHILE

1962 Arturo Gutiérrez Plaza (Venezuela) LAS VANGUARDIAS EN VENEZUELA

1962 Raúl Serrano Sánchez (Ecuador) LAS VANGUARDIAS EN ECUADOR

1963 Pedro Xavier Solis (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1963-2016 Gonzalo Márquez Cristo (Colombia) CORRESPONDENCIAS ENTRE POESÍA Y ACCIÓN

1965 Jorge Fernández Granados (México) LAS VANGUARDIAS EN MÉXICO

1969 Luis Alvarenga (El Salvador) LAS VANGUARDIAS EN EL SALVADOR

1972 Gabriel Chávez Casazola (Bolívia) LAS VANGUARDIAS EN BOLIVIA

1972 Xavier Oquendo Troncoso (Ecuador) DIÁLOGO EN EL CENTRO DEL MUNDO

1973 Carolina Zamudio (Argentina) LA ILUSIÓN TRANSITORIA DE LOS ESPACIOS

1973 Ricardo Venegas (México) LA POESÍA DE RICARDO VENEGAS

1974 Fabricio Estrada (Honduras) LAS VANGUARDIAS EN HONDURAS

1974 Javier Payeras (Guatemala) LAS VANGUARDIAS EN GUATEMALA

1983 Manuel Iris (México) LAS VANGUARDIAS EN MÉXICO

1984 Alex Morillo Sotomayor (Perú) LAS VANGUARDIAS EN PERÚ


 


 

 

OBRA ENSAÍSTICA PUBLICADA

 

El corazón del infinito. Tres poetas brasileños. Trad. Jesús Cobo. Toledo: Cuadernos de Calandrajas, 1993.

Escritura conquistada. Diálogos com poetas latino-americanos. Fortaleza: Letra & Música, 1998.

Escrituras surrealistas. O começo da busca. Coleção Memo. Fundação Memorial da América Latina. São Paulo. 1998.

Alberto Nepomuceno. Edições FDR. Fortaleza. 2000.

O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2001.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. San José de Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2004.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra AméricaCaracas, Venezuela: Monte Ávila Editores, 2008.

A inocência de pensar. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2009.

Escritura conquistada. Conversaciones con poetas de Latinoamérica2 tomos. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2010.

Invenção do Brasil – Entrevistas [edição virtual]. São Paulo: Editora Descaminhos, 2013.

Esfinge insurrecta – Poesía en Chile [edição virtual, em coautoria com Juan Cameron]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidad. México: UACM – Universidad Autónoma de la Ciudad de México, 2015.

Sala de retratos. São Paulo: Opção Editora, 2016.

Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Valdir Rocha e a persistência do mistério. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Laudelino Freire. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2018.

Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Visões da névoa: o Surrealismo no Brasil. Natal: Sol Negro Edições, 2019.

120 noites de Eros. Fortaleza: ARC Edições, 2020.

 

TRADUÇÕES

 

Poemas de amor, de Federico García Lorca. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Nós/Nudos, de Ana Marques Gastão (edição bilíngue). Lisboa: Gótica, 2004.

A condição urbana, de Juan Calzadilla (edição bilíngue). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.

Dentro do poema – Poetas mexicanos nascidos entre 1950 e 1959, Org. Eduardo Langagne. Fortaleza: Edições UFC, 2009.

A aventura literária da mestiçagem, de Pablo Antonio Cuadra (em parceria com Petra Ramos Guarinon). Fortaleza: Edições UFC, 2010.

III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes, de Vicente Huidobro & Hans Arp. Natal: Sol Negro Edições/São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2012.

Sobre Surrealismo, de Aldo Pellegrini (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2013.

Memória de Borges – Um livro de entrevistas (2 volumes). São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2013.

Bronze no fundo do rio, de Miguel Márquez (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2014.

Tremor de céu, de Vicente Huidobro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2015.

Costumes errantes ou a redondeza da terra, de Enrique Molina (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2016.

Reino de silêncio, de Mía Gallegos (edição bilíngue). Teresina: Kizeumba Edições, 2019.

Traduções do universo, de Vicente Huidobro. Natal: Sol Negro Edições, 2016.

O álcool dos estados intermediários, de Gladys Mendía. Santiago: LP5 Editora, 2020.

A tartaruga equestre, de César Moro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2021.

 

  

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

https://arcagulharevistadecultura.blogspot.com/

1999-2024 




Nenhum comentário:

Postar um comentário