terça-feira, 26 de janeiro de 2021

ESCRITURA CONQUISTADA | Enrique Molina (Argentina, 1910-1996)

  


OS COSTUMES ERRANTES DE ENRIQUE MOLINA

 


Todas as salas estão abertas para que entre o mar. Certa vez, ao escrever sobre uma tela de Picasso, observou Milan Kundera que ao desfrutar dessa obra o observador não apenas participa de sua intimidade como tem a nítida certeza de que o artista esteve ali, que conviveu intimamente com cada detalhe em cena. Enrique Molina, em um de seus poemas, destaca “as noites contaminadas pela memória de outras noites”. Este poeta sempre foi um hóspede invulgar das páginas mais selvagens da aventura humana. Ao descrever lugares invadidos pela intempérie, deixou-se ele mesmo tomar pela magia radiante da própria fluidez do espaço, em uma espécie de conquista do instinto, de linguagem impulsionada pela entrega de seus códices, pela constância com que expande os limites de sua percepção.

Talvez a palavra mais cara a Enrique Molina seja relâmpago, mas no sentido de um resplendor que antes de tudo ilumina a si mesmo, ou se deixa iluminar pelo modo como é recebida sua descarga elétrica no lombo da paisagem. Esse estado súbito e perene de iluminação que somente o instante nos permite. Este é o relâmpago da poesia de Molina. Um relâmpago que em cada poema nos lembra que a vida não suporta esperança ou hábito. Traduzindo, se é preciso, eu diria que a poesia não tem significado algum para este poeta se não pode ser vivida, se o leitor não pode de algum modo se reconhecer nela e se ela, como uma paisagem habitada pela sensualidade da própria existência, não pode expressar sua vida mais íntima. A vida de quem a criou como uma habitação pronta na medida em que se deixa penetrar.

Esta passagem de uma entrevista concedida a Carlos Bedoya dá-nos a medida essencial da vida que levou Enrique Molina:

 

Levo comigo um sentido de errância permanente, e viajar em um barco é algo bem distinto de deslocar-se em avião ou trem. Tem uma coisa mais cerimonial, a chegada, a partida, o cabo, o rebocador. Primeiro eu trabalhei na coberta, e logo como timoneiro em um barco mercante. O oceano é todo um espetáculo, especialmente o trópico. Sempre me seduziram os peixes voadores, sobretudo agora quando estão desaparecendo os pássaros. Sou advogado, porém somente 20 ou 30 anos após o término dos estudos é que me preocupei em obter o título, o que me obrigou a uma série de tolices, inclusive valer-me de testemunhas para demonstrar que eu era eu. [1]

 

Após esta breve e cintilante cascata de dados biográficos, voltamos à grande fome do poeta, a de uma instância mágica em que a poesia venha a ser “a versão instantânea do pensamento e do mundo interior mais profundo”. O sentido de errância com o qual nos deparamos ao ler Enrique Molina adverte inicialmente que esta é uma condição permanente, que não se trata de um meio à procura de um fim, de um jogo de metas ou um curso módico de estranhamento. A caminhada existencial que propõe não se limita ao destino, antes evoca uma atmosfera de afinidades surpreendentes que vão descortinando um mapa visceral de ambientes tangíveis e vertiginosos. Sua viagem não é a de um trânsfuga, mas sim a de alguém com uma profunda ligação com a terra, com a mais inabalável consciência de que o homem é parte do mundo, e não apenas de uma fatia do mundo.

Uma vez, entrevistado, Molina mencionou alguns poetas hispano-americanos de sua admiração. Graças às suas viagens marítimas, por vezes aportou em lugares onde lhe foi possível conviver com os peruanos César Moro (1903-1956) e Javier Sologuren (1921-2004), e rápidos contatos com o chileno Braulio Arenas (1913-1988). No Brasil, Molina encontrou em Fernando Ferreira de Loanda (1924-2002) um bom amigo. Vejamos uma lembrança dessa amizade segundo relato do mexicano Carlos Montemayor (1947-2010):

 

Graças a Fernando Ferreira conheci não apenas poetas e ensaístas brasileiros, como também outros grandes poetas de nosso continente. Em 1973, Fernando me pediu que intervisse para que algumas instituições convidassem a Enrique Molina para dar leituras de poesia a fim de que conhecesse o México e contasse com mínimos recursos econômicos que facilitassem sua estância. Enrique esteve uma temporada no México e se hospedou em vários pequenos hotéis da rua Luis Moya, próximo da Alameda. Em certa ocasião, em minha casa, eu lhe ofereci uma taça de sotol. [2] Ele gostou muito do sabor defumado e doce, algo fresco, dessa bebida. Eu lhe presenteei uma garrafa, que dias atrás eu havia recebido de Chihuahua, da qual na mesma tarde ele consumiu mais da metade. Quando Fernando Ferreira chegou ao México e se reuniu conosco, Enrique explicou as virtudes do sotol comentando que graças a essa bebida havia sentido a importância interior da passagem do trem em Todas as tardes, um de meus primeiros contos. Durante muitos anos, a partir dessa tarde, Fernando me pedia em suas cartas que lhe enviasse sotol apenas para ele, porque também queria, como nós, ver passar o trem pelas montanhas. [3]

 

Molina teve um único livro publicado no Brasil, Uma sombra onde sonha Camila O’Gorman (em 1986 pela Editora Guanabara, traduzido por Sônia Régis). Essencialmente poeta, é quando menos curioso que sua entrada em nosso país tenha se dado através do único romance que escreveu. Mesmo contando com sua adaptação cinematográfica, não houve a mínima atenção a este imenso poeta da parte de cá desta América Ibérica desarticulada entre si por algum motivo mais crível do que a comum justificativa do idioma. Seguramente Molina sabia que não adentrara o território da linguagem narrativa senão como um desbravador daquele tema em particular ⎼ os dilemas do amor em meio a uma ardileza de preconceitos morais e religiosos ⎼, experiência que mais enriqueceu a sua poesia do que qualquer pretensão romanesca.

É preciso entender que a lírica em Enrique Molina é uma ruptura com a dissensão entre vida e obra. O mundo poético de que se alimenta é o da existência humana, em seu misto de demência e frenesi, em suas inesgotáveis formas de paixão e sacrilégio, em seus pedidos de socorro e o extravio de essências em orgias de toda ordem, a natureza diabolicamente se misturando ao ponto insaciável de um feitiço que a desvende. Não há Enrique Molina além ou aquém dessa indolência do horizonte. E é tão lindo lê-lo assim, porque se insere naquele ambiente que mencionava Kundera acerca de Picasso. Decerto que há outra dissensão delicada na criação artística, quando adocicamos o sentido de sinceridade, ajustando seu diapasão para atender às diversas formas de confessionalismo. Em definitivo, a arte não é o lugar de uma confissão.

Enrique Molina foi um navegante de si mesmo, justamente ao buscar em diversas instâncias uma forma de reconhecer seu espírito e condicioná-lo a uma atuação que pudesse romper as oclusas da existência humana, em brasa viva, testemunhando as perspectivas que iam sendo priorizadas pela própria vida. Sua rota, descrita em seu espírito, sempre foi o nomadismo. Declarou uma profunda afeição pelo surrealismo, em especial no que ele compreendia como um “humanismo poético”. Sua forma única de ortodoxia se chamava abismo, entrega, viver. Seu convívio com surrealistas, em especial em seu país, a vida compartilhada com o grupo em torno de Aldo Pellegrini (1903-1973), ele próprio sendo editor de uma das mais importantes revistas dedicadas ao surrealismo em toda a América, tudo isto ⎼ há mais, há mais ⎼ alimenta certa fatia da história que deseja ampliar seus protagonistas. E aqui havendo mais mencionamos sua relação com o Surrealismo, que não foi a de filiação, mas antes a de uma íntima afinidade. A mesma afinidade que gerou certo lapso da historiografia ao registrar a publicação de Qué (Buenos Aires, 1928-1930) como a primeira revista surrealista do continente. Mesmo que o próprio Aldo Pellegrini, seu editor, tenha posteriormente declarado que os poetas em torno da revista formavam “uma espécie de fraternidade surrealista, que realizava experiências de escrituras automáticas”, como já tive oportunidade de esclarecer em outro momento, não houve o estabelecimento de um grupo surrealista e nem a revista se apresentou como uma publicação surrealista. Por mais estreitas que fossem as afinidades. Somente em 1952, quando se define um forte ciclo de amizades entre Pellegrini, Molina, Julio Llinás, Carlos Latorre, Francisco Madariaga e Juan Antonio Vasco é que o Surrealismo alcança uma relativa adesão por parte dos poetas argentinos. Ao final deste ano Molina dirige a revista A partir de cero. No ano seguinte será a vez de Pellegrini dirigir outra revista Letra y línea. O próprio Pellegrini chega então a observar que somente ele, Molina e Carlos Latorre se declaram surrealistas.



Em conversa com Marco Antonio Campos, deixou bem claro Enrique Molina sua afinidade com o Surrealismo, ao dizer: “O que trato é de seguir fiel à ética do surrealismo, muito mais do que à sua expressão literária. Nisto não mudei: poesia, vida, amor e liberdade me acompanham sempre. Porém no surrealismo não há, por exemplo, uma visão da paisagem, exceto em Aimé Césaire, um grande surrealista nascido no Caribe.” [4] Molina já havia publicado surrealistas como Leonora Carrington, Antonin Artaud e Georges Schehadé, além de haver traduzido André Breton (O amor louco) e Blaise Cendrars (Prosa de um transiberiano). Tinha, portanto, uma visão bem íntima do Surrealismo, suas tensões e transbordamentos, e sempre afirmou dedicação a uma ética surrealista.

A obra poética de Enrique Molina está composta pelos seguintes títulos: Las cosas y el delirio (1941), Pasiones terrestres (1946), Costumbres errantes o la redondez de la tierra (1951), Amantes antípodas (1961), Fuego libre (1962), Las bellas furias (1966), Monzón Napalm (1968), Los últimos soles (1980), El ala de la gaviota (1989), Hacía una isla incierta (1992) e a edição póstuma de El adiós (1997). Uma parcela da crítica ⎼ vale referir que é ínfima a fortuna crítica sobre este poeta ⎼ situa os livros de 1951 e 1961 como seus dois mais altos momentos surrealistas. Estou em completo desacordo com tal entendimento, porque reduz o ambiente, em termos de linguagem poética, em que possa atuar o Surrealismo. Não há limites estéticos no Surrealismo e uma de suas mais altas provocações radica justamente no entendimento de que é possível invadir toda e qualquer forma de hábito da linguagem e ampliar seus motivos interiores.

O estranhamento quando adentramos a poética de Enrique Molina, sob as luzes de uma leitura surrealista, é que não nos deparamos com as lancinantes imagens que põem em conflito os ambientes cosmopolita e onírico. A poética de Enrique Molina não se preocupa em negar o que somos, mas antes em afirmar tal condição, a despeito do que reconheçamos ou não em nossa intimidade. Em face disto, a paisagem em seu poema é a de uma infestação de sentidos e não o deserto citadino. E que tenha alcançado essa carícia elétrica de frondosidade da alma, fundindo-a com a própria paisagem do inóspito, do inabitável, de um mundo repleto de violência natural, dos mitos locais, do calor contagiante dos sinais indecifráveis, este é o reino da beleza que tem buscado a poesia através de Enrique Molina. O mar adentrando as salas de sua entrega à vida sem fronteiras.

Que recordemos, na leitura de poemas de Enrique Molina, outros poetas, de que são exemplos mais afins Saint-John Perse e Aimé Césaire, é uma descoberta feliz de mundos que em sua vastidão não se isolam, que agem como feitiços que se multiplicam na medida em que são identificados. Molina buscou o que ele tão bem definiu, desde o título, no poema “Linguagem natural”, o amor à vida, sem nenhuma vacilação, sob todos os riscos de derivar ou apodrecer, alheio à chance de converter-se em mito ou demônio, apenas viver. Eis tudo o que fez com uma intensidade invejável.

Enrique Molina nasceu em 1910 e morreu em 1996.

 

NOTAS

1. “Conversando com Enrique Molina”. Carlos Bedoya. El Mundo Semanal. Medellín: 31/10/1981.

2. Sotol é uma bebida alcoólica mexicana, destilada de uma planta de nome Dasylirion wheeleri, também conhecida como sereque. [N.T.]

3. La Jornada. México: 31/07/2002. A entrevista completa se encontra ao final desta edição.

4. “Conversa com Enrique Molina”. Marco Antonio Campos. Jornal Sábado. México: 17/04/1993. 

André Coyné & Enrique Molina. Buenos Aires, 1966




  

 


Poeta, tradutor, ensaísta, artista plástico, dramaturgo, FLORIANO MARTINS (Brasil, 1957) é conhecido por haver criado, em 1999, a Agulha Revista de Cultura, veículo pioneiro de circulação pela Internet e dedicado à difusão de estudos críticos sobre arte e cultura. Ao longo de 23 anos de ininterrupta atividade editorial, a revista ampliou seu espectro, assimilando uma editora, a ARC Edições e alguns projetos paralelos, de que são exemplo “Conexão Hispânica” e “Atlas Lírico da América Hispânica”, este último uma parceria com a revista brasileira Acrobata. O trabalho de Floriano também se estende pela pesquisa, em especial o estudo da tradição lírica hispano-americana e o Surrealismo, temas sobre os quais tem alguns livros publicados. Como artista plástico, desde a descoberta da colagem vem desenvolvendo, com singular maestria, experiências que mesclam a fotografia digital, o vídeo, a colagem, a ensamblagem e outros recursos. Como ele próprio afirma, o magma de toda essa efervescência criativa se localiza na poesia, na escritura de poemas, na experiência com o verso, inclusive a prosa poética, da qual é um dos grandes cultores. Escritura Conquistada é um complemento aos projetos: Atlas Lírico da América Hispânica (revista Acrobata) – poemas traduzidos para o português – e Conexão Hispânica (Agulha Revista de Cultura) – estudos críticos sobre poetas. Nesta terceira linha, também dedicada à tradição lírica na América Hispânica, encontramos juntos os ensaios, entrevistas e prólogos assinados por Floriano Martins. Parte significativa desse material – as entrevistas – compõe o volume homônimo, Escrita Conquistada, publicado em 2018.


1874-1942 José María Eguren (Perú) A POESIA DE JOSÉ MARÍA EGUREN

1893-1948 Vicente Huidobro (Chile) LA COSECHA VERTIGINOSA DE LA IMAGEN POÉTICA

1899-1986 Jorge Luis Borges (Argentina) AS ENTREVISTAS COM JORGE LUÍS BORGES

1903-1958 César Moro (Perú) CÉSAR MORO ENTRE AMIGOS

1903-1973 Aldo Pellegrini (Argentina) SOBRE SURREALISMO

1904-1973 Pablo Neruda (Chile) A POESIA DE PABLO NERUDA

1910-1996 Enrique Molina (Argentina) OS COSTUMES ERRANTES DE ENRIQUE MOLINA

1912-2002 Pablo Antonio Cuadra (Nicaragua) POESÍA: EL ENSAYO DE LO INEFABLE

1915-1995 Enrique Gómez-Correa (Chile) TESTIMONIOS DE UN POETA EXPLOSIVO

1915-2001 Juan Liscano (Venezuela) LA EXPRESIÓN DE LO ESENCIAL

1917-2011 Gonzalo Rojas (Chile) A POESIA DE GONZALO ROJAS

1919-1974 Eunice Odio (Costa Rica) LAS VERTIENTES DEL FUEGO

1920-1994 Freddy Gatón Arce (República Dominicana) LA HUMANIDAD SECRETA DE LOS ABISMOS

1920-1999 Olga Orozco (Argentina) RETRATO-RELÂMPAGO DE OLGA OROZCO

1920-2004 Fernando Charry Lara (Colombia) PASIÓN Y REFLEXIÓN DE LA POESÍA

1921-2004 Javier Sologuren (Perú) UNA POÉTICA DE LA LEVEDAD

1921-2007 Otto-Raúl González (Guatemala) GUATEMALA Y SUS VOCES OCULTAS

1921-2010 Amanda Berenguer (Uruguay) VIAJES INCESANTES DEL LENGUAJE

1923-2013 Álvaro Mutis (Colombia) A POESIA DE ÁLVARO MUTIS

1924-2018 Claribel Alegría (Nicaragua) RECUERDOS DE LA REALIDAD

1924-2021 Manuel de la Puebla (Puerto Rico) MEMORIA POÉTICA DE UN PAÍS

1927 Carlos Germán Belli (Perú) PRECIOSOS MISTERIOS DE LA EXPERIENCIA POÉTICA

1927-2000 Francisco Madariaga (Argentina) “SOY SÓLO UN PEÓN DEL PLANETA”

1927-2010 Rolando Toro (Chile) A POESIA DE ROLANDO TORO

1927-2019 Ludwig Zeller (Chile) EL SURREALISMO EN LA MESA (Part. Susana Wald)

1928 Graciela Maturo (Argentina) LAS VANGUARDIAS EN ARGENTINA

1929-2016 Américo Ferrari (Perú) EL RECORTE SAGRADO DE LAS PALABRAS

1930-2011 Roberto Sosa (Honduras) HONDURAS EN SU AMBIENTE POÉTICO

1930-2018 José Guillermo Ros-Zanet (Panamá) ENCUENTROS Y DESENCUENTROS

1931 Juan Calzadilla (Venezuela) HUMOR Y SÍNTESIS EN EL ACTO CREADOR

1931-2016 Jorge Ariel Madrazo (Argentina) EL POEMA COMO CUERPO VIVO

1932 Circe Maia (Uruguay) UNA VOZ A TRAVÉS DEL TIEMPO

1932 Pedro Lastra (Chile) DEL ESPEJO A LA MULTIPLICACIÓN DE LAS VOCES

1932-2004 Marosa di Giorgio (Uruguay) DIÁLOGO SIN PAUSA

1932-2013 Carlos M. Luis (Cuba) DOS ENCUENTROS

1932-2019 Thelma Nava (México) SOBRE LA REVISTA PÁJARO CASCABEL

1933-2009 Alfredo Silva Estrada (Venezuela) INSCRIPCIONES EN EL ESPACIO POÉTICO

1933-2023 Manuel Mora Serrano (República Dominicana) DOS ENCUENTROS

1934-2014 Gerardo Deniz (México) RECORTES DE UNA IRONÍA APASIONADA

1934-2021 Rodolfo Alonso (Argentina) LA RIQUEZA ABANDONADA DE LA POESÍA

1937 Miguel Grinberg (Argentina) UNA MIRADA EN LAS VANGUARDIAS

1937-2020 Rodrigo Pesántez-Rodas (Ecuador) EL ECUADOR DE LAS LUCES

1938 Fernando Palenzuela (Cuba) CONVERSA SOBRE LA REVISTA ALACRÁN AZUL

1938-2008 Eugenio Montejo (Venezuela) ANOTACIONES DE LA PERMANENCIA DEL CANTO

1939 José Roberto Cea (Honduras) CASI UN TESTAMENTO POÉTICO

1939-2014 Ulises Estrella (Ecuador) SOBRE LAS REVISTAS PUCUNA E LA BUFANDA DEL SOL

1940 Francisco Morales Santos (Guatemala) DOS ENCUENTROS

1940 Gustavo Pereira (Venezuela) “AL DIABLO LOS VERSOS”

1940 José Kozer (Cuba) DOIS ENCONTROS

1940 Jotamario Arbeláez (Colombia) EXTRAVAGANCIAS POÉTICAS DEL NADAÍSMO

1941 Hildebrando Pérez Grande (Perú) LAS VANGUARDIAS EN EL PERÚ

1941 Luis Alberto Crespo (Venezuela) RESONANCIAS DEL ESPÍRITU POÉTICO

1943 Eduardo Mitre (Bolivia) LA RAZÓN ARDIENTE DE LA POESÍA

1944 Armando Romero (Colombia) DOS POETAS, CUATRO ENCUENTROS

1944 Francisco Proaño Arandi (Ecuador) DOS ENCUENTROS

1944 Renée Ferrer (Paraguay) DOS ENCUENTROS

1945 Harold Alvarado Tenorio (Colombia) POESIA & OUTRAS ESPÉCIES

1946 Carlos Vásquez-Zawadzki (Colombia) LAS VANGUARDIAS EN COLOMBIA

1946 Guido Rodríguez Alcalá (Paraguay) LAS VANGUARDIAS EN PARAGUAY

1947 Juan Cameron (Chile) LAS VANGUARDIAS EN CHILE

1947 Juan Carlos Mieses (República Dominicana) DETRÁS DE LAS PALABRAS Y LOS RITMOS

1947 Susana Giraudo (Argentina) LA POESÍA Y SUS NOMBRES INFINITOS

1948 Helen Umaña (Honduras) LAS VANGUARDIAS EN HONDURAS

1948 Miguel Espejo (Argentina) LAS VANGUARDIAS EN ARGENTINA

1948-2022 Alfredo Fressia (Uruguay) EN LAS FISURAS DE LA MIMESIS

1950 Alfonso Velis Tobar (El Salvador) LAS VANGUARDIAS EN EL SALVADOR 

1950 Soledad Alvarez (República Dominicana) LAS VANGUARDIAS EN LA REPÚBLICA DOMINICANA

1950-2018 Enrique Verástegui (Perú) O MOTOR DO DESEJO

1951 Carlos Francisco Monge (Costa Rica) DOS ENCUENTROS

1951 Jesús David Curbelo (Cuba) LAS VANGUARDIAS EN CUBA

1952 David Cortés Cabán (Puerto Rico) LAS VANGUARDAS EN PUERTO RICO

1952 Julio del Valle-Castillo (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1952 Martin Jamieson (Panamá) LAS VANGUARDIAS EN PANAMÁ

1952 Orlando José Hernández (Puerto Rico) LAS VANGUARDAS EN PUERTO RICO

1954 Ernestina Elorriaga (Argentina) DOS POETAS EN UNA MESA DE LUZ

1955 Berta Lucía Estrada (Colombia) UNA MESA VERTICAL

1955 Carlos Barbarito (Argentina) A POESIA DE CARLOS BARBARITO

1955 Mónica Salinas (Uruguay) LAS VANGUARDIAS EN EL URUGUAY

1956 Gary Daher Canedo (Bolivia) SITIO DONDE AGUARDA UN CÁNTARO

1957 Alejandro Bruzual (Venezuela) LAS VANGUARDIAS EN VENEZUELA

1957 Homero Carvalho Oliva (Bolívia) LAS VANGUARDIAS EN BOLIVIA

1957 Luis Bravo (Uruguay) LAS VANGUARDIAS EN EL URUGUAY

1958 Adriano Corrales Arias (Costa Rica) LAS VANGUARDIAS EN COSTA RICA

1958 Beatriz Hausner (Chile) CAMINHOS DO SURREALISMO

1958 José Ángel Leyva (México) DOS ENCUENTROS

1958 José Carr (Panamá) LAS VANGUARDIAS EN PANAMÁ

1958 Nicasio Urbina (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1958 Omar Castillo (Colombia) DIÁLOGO ENTRE DOS POETAS

1958 Rodolfo Häsler (Cuba) EN BUSCA DE LO IMPOSIBLE

1960 José Mármol (República Dominicana) LA OTREDAD SORPRENDIDA DEL POETA

1960 Vilma Tapia Anaya (Bolivia) DOS ENCUENTROS

1961 Enrique de Santiago (Chile) LAS VANGUARDIAS EN CHILE

1962 Arturo Gutiérrez Plaza (Venezuela) LAS VANGUARDIAS EN VENEZUELA

1962 Raúl Serrano Sánchez (Ecuador) LAS VANGUARDIAS EN ECUADOR

1963 Pedro Xavier Solis (Nicaragua) LAS VANGUARDIAS EN NICARAGUA

1963-2016 Gonzalo Márquez Cristo (Colombia) CORRESPONDENCIAS ENTRE POESÍA Y ACCIÓN

1965 Jorge Fernández Granados (México) LAS VANGUARDIAS EN MÉXICO

1969 Luis Alvarenga (El Salvador) LAS VANGUARDIAS EN EL SALVADOR

1972 Gabriel Chávez Casazola (Bolívia) LAS VANGUARDIAS EN BOLIVIA

1972 Xavier Oquendo Troncoso (Ecuador) DIÁLOGO EN EL CENTRO DEL MUNDO

1973 Carolina Zamudio (Argentina) LA ILUSIÓN TRANSITORIA DE LOS ESPACIOS

1973 Ricardo Venegas (México) LA POESÍA DE RICARDO VENEGAS

1974 Fabricio Estrada (Honduras) LAS VANGUARDIAS EN HONDURAS

1974 Javier Payeras (Guatemala) LAS VANGUARDIAS EN GUATEMALA

1983 Manuel Iris (México) LAS VANGUARDIAS EN MÉXICO

1984 Alex Morillo Sotomayor (Perú) LAS VANGUARDIAS EN PERÚ


 


 

 

OBRA ENSAÍSTICA PUBLICADA

 

El corazón del infinito. Tres poetas brasileños. Trad. Jesús Cobo. Toledo: Cuadernos de Calandrajas, 1993.

Escritura conquistada. Diálogos com poetas latino-americanos. Fortaleza: Letra & Música, 1998.

Escrituras surrealistas. O começo da busca. Coleção Memo. Fundação Memorial da América Latina. São Paulo. 1998.

Alberto Nepomuceno. Edições FDR. Fortaleza. 2000.

O começo da busca. O surrealismo na poesia da América Latina. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2001.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra América. San José de Costa Rica: Ediciones Andrómeda, 2004.

Un nuevo continente. Antología del Surrealismo en la Poesía de nuestra AméricaCaracas, Venezuela: Monte Ávila Editores, 2008.

A inocência de pensar. Coleção Ensaios Transversais. São Paulo: Escrituras, 2009.

Escritura conquistada. Conversaciones con poetas de Latinoamérica2 tomos. Caracas: Fundación Editorial El Perro y La Rana. 2010.

Invenção do Brasil – Entrevistas [edição virtual]. São Paulo: Editora Descaminhos, 2013.

Esfinge insurrecta – Poesía en Chile [edição virtual, em coautoria com Juan Cameron]. Fortaleza: ARC Edições, 2014.

Un poco más de surrealismo no hará ningún daño a la realidad. México: UACM – Universidad Autónoma de la Ciudad de México, 2015.

Sala de retratos. São Paulo: Opção Editora, 2016.

Um novo continente – Poesia e Surrealismo na América. Fortaleza: ARC Edições, 2016.

Valdir Rocha e a persistência do mistério. Fortaleza: ARC Edições, 2017.

Laudelino Freire. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2018.

Escritura conquistada – Poesía hispanoamericana. Fortaleza: ARC Edições, 2018.

Visões da névoa: o Surrealismo no Brasil. Natal: Sol Negro Edições, 2019.

120 noites de Eros. Fortaleza: ARC Edições, 2020.

 

TRADUÇÕES

 

Poemas de amor, de Federico García Lorca. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Delito por dançar o chá-chá-chá, de Guillermo Cabrera Infante. Rio de Janeiro: Ediouro Publicações, 1998.

Nós/Nudos, de Ana Marques Gastão (edição bilíngue). Lisboa: Gótica, 2004.

A condição urbana, de Juan Calzadilla (edição bilíngue). Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005.

Dentro do poema – Poetas mexicanos nascidos entre 1950 e 1959, Org. Eduardo Langagne. Fortaleza: Edições UFC, 2009.

A aventura literária da mestiçagem, de Pablo Antonio Cuadra (em parceria com Petra Ramos Guarinon). Fortaleza: Edições UFC, 2010.

III novelas exemplares & 20 poemas intransigentes, de Vicente Huidobro & Hans Arp. Natal: Sol Negro Edições/São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2012.

Sobre Surrealismo, de Aldo Pellegrini (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2013.

Memória de Borges – Um livro de entrevistas (2 volumes). São Pedro de Alcântara: Edições Nephelibata, 2013.

Bronze no fundo do rio, de Miguel Márquez (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2014.

Tremor de céu, de Vicente Huidobro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2015.

Costumes errantes ou a redondeza da terra, de Enrique Molina (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2016.

Reino de silêncio, de Mía Gallegos (edição bilíngue). Teresina: Kizeumba Edições, 2019.

Traduções do universo, de Vicente Huidobro. Natal: Sol Negro Edições, 2016.

O álcool dos estados intermediários, de Gladys Mendía. Santiago: LP5 Editora, 2020.

A tartaruga equestre, de César Moro (edição bilíngue). Natal: Sol Negro Edições, 2021.

 

  

 

Agulha Revista de Cultura

Criada por Floriano Martins

Dirigida por Elys Regina Zils

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